Il Maestro del SL Benfica ritorna a Milano
Rui Costa regressa hoje a um estádio onde jogou muitas vezes.
Regressa para defrontar uma equipa que representou 5 épocas.
Esta semana ouvi Carlo Ancelotti, treinador do AC Milan, a falar de Rui Costa. E ouvi Rui Costa a falar do AC Milan. Em ambos os casos, noutras circunstâncias, poder-se-ia pensar que os elogios que Ancelotti fez a Rui Costa e a gratidão que Rui Costa mostrou em relação ao Milan não são mais que palavras ocas. Meros elogios gratuitos. Como tantas vezes acontece quando as pessoas saem do activo. Ou quando morrem, já que, quando isso acontece, “afinal eram boas pessoas”. Mas não é o caso. Rui Costa continua no activo, não morreu para o futebol. E ainda esta semana mostrou que as palavras de Carlo Ancelotti não são vãs. Rui Costa, apesar das certidões de óbito que Joe Berardo e muitos adeptos lhe passaram no início da época, é o melhor do SL Benfica.
No seu site, o AC Milan colocou duas fotografias de Rui Costa, uma equipado à Benfica e outra à Rossoneri.Essas fotografias são acompanhadas pela mensagem,”Que bom que é rever-te”. Além disso, o AC Milan apelou aos seus adeptos que façam uma recepção inesquecível a Rui Costa. Sei que isso vai acontecer. Nem que Rui Costa, por hipótese, construísse a pior derrota da história do AC Milan, marcando uma dúzia de golos. Como sei também que Rui Costa não festejaria nenhum desses golos. E sei ainda que nenhum benfiquista, certamente recordado do “pior golo da vida de Rui Costa”, lhe exigiria que o fizesse.
Rui Costa é um grande senhor. Não só porque é um grande senhor do SL Benfica e da Selecção Nacional. Mas porque, por onde passou, da Fiorentina ao AC Milan, Rui Costa será sempre recordadado. Em Florença ou em Milão, em Fafe como na Luz, Rui Costa terá sempre a sensação de estar a regressar a casa. Em Florença ou em Milão, em Fafe como na Luz, Rui Costa será recebido como um filho. O site do AC Milan refere explicitamente que Rui Costa “volta a casa”.
Tal como nós, benfiquistas, sentimos que ele regressou finalmente a casa. Tal como nós, benfiquistas, sentimos que, aos 35 anos, Rui Costa só joga o que tem estado a jogar porque está em casa e se sente em casa. Como se ele não pudesse fazê-lo, desta idade, e desta maneira sublime, em mais lado nenhum. Ao vê-lo a correr como um menino no relvado da catedral, ao vê-lo interagir com os adeptos durante o jogo, ou ao vê-lo na bancada com o pai ou com os filhos a assistir a um jogo, também a nós nos apetece dizer: “Que bom que é rever-te, Rui”.
Tanto mais que Rui Costa é um caso único no futebol português.
Paulo Futre foi um grande jogador. Foi-o na Selecção Nacional e nos clubes onde passou (no AC Milan, no SL Benfica, no FC Porto ou no Sporting CP) . Paulo Sousa foi um grande jogador (na Selecção, no SL Benfica, no Sporting, na Itália e na Alemanha). Figo também foi, e ainda é, um grande jogador (em Milão, no Sporting CP, no FC Barcelona ou no Real Madrid). Nenhum deles, por onde passou, é recordado como um filho. Nenhum deles sabe o que é regressar a casa (nem mesmo Paulo Futre no Atlético de Madrid). Rui Costa regressou a casa. Onde vá, regressando onde jogou, Rui Costa estará sempre em casa. Isso é inédito.
Rui Costa foi campeão europeu no AC Milan. Dificilmente o será no SL Benfica, pelo menos como jogador. Mas não é por não o merecer.
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